segunda-feira, 23 de agosto de 2010
A Humana - Cadê meu satélite?
O Deus - Satélite?
A Humana - É... acho que eu tinha um.
O Deus - Huum... satélites te tiram a surpresa.
A Humana - Surpresa?
O Deus - Sim, todas elas.
A Humana - Por quê?
O Deus - Porque eles vêem tudo. Prevêem. (Gargalhadas de sabedoria e superioridade).
A Humana - É melhor andar sem satélites?
O Deus - Sim, só com a roupa do corpo. E com um ar de estranho.
A Humana - Você não tem um, então?
O Deus - Não.
A Humana - Entendi... Espero que não mesmo. Depois que você o tem, não se quer mais sem ele.
Porque depois que você o tem, é como uma esperança. Eu podia ser um pouco de satélite também.
Quando você dorme e sonha, ele te ilumina, tanto, que a pele vira pérola.
De dia não aparece, tá do outro lado, pela região da nuca. Sussurra um encontro noturno ou ritual, como quiser. Posso lembrar-me do hálito gelado, aqueles lábios pálidos do frio cósmico, leve rosado, como o falo e o cu.
Quando a escuridão azul se aproxima, ele está lá, iluminado, com aquele ar de estranho, só com a roupa do corpo, te chamando, pra reger, algum planeta sozinho.
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