terça-feira, 6 de julho de 2010

culto atonal do desconcerto decomposto

muito

nesse corpo magro
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxredoma branca
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxde pelugens
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxe extremidades castanhas
xxxxxxxxxxxxxsou eu

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxoutros

xxxxxxxxxxxninguém
xxxxxxxsilêncio

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxacaso


o errado

enfim

não existe razão
para os átomos do mundo
e seus variantes
derivados
compostos
engravatados
desolados
mesmo assim
os números os têm

do mesmo modo

não existe linguagem
para o meu céu de fogo
mas a poesia
o têm

esse
xxxxxdeve ser errado
xxxxxde difícil procura e tradução

fácil em mim

são cores e formas indecentes
que num golpe
de silêncio
o sol se esconde
e chove canfora
pra uma noite insana



nada é errado
nada é certo
nada é mistério
tudo é bem vindo

a mentira é uma fábula
a verdade
uma dança estranha
sem ensaio

a maldade é piada
quase um fetiche
a bondade mais ainda

pra cada ser
uma breve função lógica
dispensável
mas agradável
daí
xxxxxxxxxxxxxxo arroz e feijão
xxxxxxxxxxxxxxo corte de cabelo
xxxxxxxxxxxxxxa cura dos enfermos
xxxxxxxxxxxxxxe os marceneiros

outros
manipulam a pedra e a tinta
cospem metáforas para um bom dia
chamam os sonhos
sopram o mar
e andam pelados

são
insubstituíveis


o sangue
o cheiro e o grotesco
está presente
nos alimentos
nos acasalamentos
na magia

no amor

por dentro e por fora de nós
e
no meu céu
todos gostam disso


homens e mulheres
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxum vinho
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxoutro taça
e disso
se bebe muito

mas do anel da garrafa
se bebe muito vinho também

enquanto isso
as taças dançam
num culto surreal
de alegria

o desapego
próprio do céu

todo dia é noite
e noite dia
de tudo e nada

até um outro céu