sábado, 6 de novembro de 2010

Meu sonho de dormir pra sempre no sonho

Onde está tudo aquilo? As poesias de mar recitadas a seco, os sanduiches de carne da madrugada, os filmes de Godard ensaiados nus no tapete da sala? Onde está aquele peso do mundo dividido num café preto de bar, o carinho delicado de um diabo, a companhia e o sentimento de elo sobrenatural? Onde está a natureza das coisas e o cheiro de incenso que isso tudo tinha. Hoje à noite, cheira a imensidão de um pântano escuro, um vazio de aromas.
Quero ser cada pintura desse sonho, um álbum de fotos, decadentista, pra não esquecer do absurdo que é encontrar-se no outro, sozinha. Amo-te.